sábado, 21 de janeiro de 2012

Olha "O Cara"!!!

   Não é difícil ver uma cambada de menina sem noção dando bobeira em diversas situações para ver e tocar seu "famoso favorito", ou dizer "Me engravida, Neymar"(sic).
   Sim, estas meninas estão histéricas, loucas por um momento com seu ídolo. Aliás, eu mesmo queria trocar umas ideias com algumas celebridades do mundo da teologia. Não vou justificar minha vontade aqui, mas digo que não é pela pessoa, mas pelo conhecimento dela que eu iria atras. E olha lá. Iria atras assim, se realmente fosse possível. Qualquer sombra de impossibilidade me deixaria apenas nos livros do teólogo. Nada mais.

Antes, algumas informações

   Entretanto, aconteceu uma cena incrível em Betânia. Um tal de João Batista tinha sido interrogado se ele era o Cristo. Imagino que o cara era muito crente, muito justo, correto, íntegro. As pessoas não perguntariam isso do Fernandinho Beira-Mar. E, como alguns sabem, surgiram muitos falsos messias no período helênico (mais ou menos entre 400 a.C até 50 a.C). Porém, Jesus reunia o diferencial de todos esses Messias. Ele não era o líder bélico, militar, que os Judeus esperavam. Não eram um que traria ascensão de Israel, que desde o retorno do cativeiro (por volta de 539 a.C) sempre estiveram sobre domínio estrangeiro.  Mas cumpriu todas as profecias, interpretadas corretamente. A probabilidade disso acontecer era ridiculamente pequena. Mas esse é assunto de outro post. Por agora, quero me concentrar na cena incrível que falei no início.

João 1:35-40 (clicando aqui vai direto pra bíblia online)


   Depois de batizar Jesus, um outro dia, João estava em Betânia de novo, junto com mais dois discípulos. Aí passa Jesus e João diz "Esse é o cara, bixo!". Os dois vão atras de Jesus. Chego a algumas conclusões. Primeiro: Os dois discípulos de João realmente botavam fé no que ele dizia. Eu mesmo, um pouco cético que sou, iria perguntar "Como tem tanta certeza? Será mesmo?". Enfim, imagino que, conhecendo as profecias bíblicas a respeito do Messias, os dois discípulos foram seguindo ele, maravilhados. "Caraca! Era o próprio criador de tudo que estava ali, andando na minha frente", acho que foi o que André contou um tempo depois a alguns amigos, daquela experiência. Segundo: Alguns "líderes" da fé não iriam gostar nenhum pouco de "perder" ovelhas para esse tal de Jesus.

O clímax

   O momento mais marcante dessa passagem é que Jesus se voltou para os dois e perguntou "Que buscais?" Eu imagino Jesus muito gentil nessa hora. Ele é muito diferente dos seres humanos do nosso dia-a-dia. Se fosse você, vendo que alguém te seguia, o que faria? Se parasse para perguntar "Que buscais?", provavelmente seria algo do tipo "Ta querendo alguma coisa? É que tenho a impressão que você ta me seguindo." Na melhor da hipóteses, como bom crente, faria essa pergunta tentando ser gentil. Mas a resposta dos dois foi até um pouco engraçada. Eles perguntaram onde ele morava. Sim. Nessa hora eu teria certeza que queriam me roubar. E é exatamente aí que entendo que Jesus foi diferenciado. Ele os chamou para ir na casa dele (como quem sabia o que realmente estava fazendo). Estaria Jesus usando de atributos divinos pra saber que aqueles não queriam roubá-lo? O que Ele pretendia convidando-os para sua casa? Porque queriam saber onde Ele morava?

   Que dia que isso acontece com qualquer um desses ídolos modernos? Primeiro que eles não se voltariam para os fãs para saber o que eles querem, a não ser que fosse interessante fazê-lo. Segundo que não levariam esses desconhecidos para casa, para uma boa conversa (mesmo porque estes não tem, geralmente, uma boa conversa para oferecer).

  E que dia para André e seu amigo! Tantas perguntas. Tanta coisa para pedir, tanta coisa para agradecer. Um dia na casa daquele que realmente merece todo alarde, euforia, histeria (no melhor sentido destas palavras).

Huum... e daí?

   Esse mesmo Jesus passa por muitos, "nas ruas" e é ignorado. Outras vezes,as pessoas começam a segui-lo, e até ficam admiradas. Mas passa um amigo do lado e diz "opa!" e mina toda sua atenção. Se você ignorou esse Jesus até hoje, agora, nesse exato momento, pegue os evangelhos e leia, anote suas dúvidas, e procure quem pode respondê-las, como fez certa vez um eunuco: "E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse." 
Atos 8:31
   Se você começou a segui-lo, mas o perdeu de vista, por ter se distraído, e esta perdido, na rua, sem saber a direção, olhe pro céu, e peça que de lá venha a direção. Não demora muito até dobrar a esquina um "homem" com as mãos furadas para te dizer "Siga-me". 

sábado, 7 de janeiro de 2012

Melhores, Piores ou Diferentes?

Intro – Teologia Popular 

   Em muitos lugares a teologia de buteco (a teologia de “achismos”, sem rigor teológico, pesquisa) vem tomando lugar nos pensamentos dos crentes. Muitos crentes sinceros acabam errando, comprometendo sua conduta e testemunho por conhecerem, mas conhecerem de um conhecimento errado. É isso que a teologia de buteco, teologia popular representa. O termo é meramente didático, pois neste artigo trataremos de mais uma “doutrina” da teologia que não é teologia.

“Não somos melhores que os do mundo”.

   Quem nunca ouviu isso: “Você por estar na igreja, não é melhor que as pessoas do mundo.”? Mas que consideração piedosa, não é mesmo? Que humildade, que pessoa conhecedora da palavra em falar isso, não é mesmo? Não tão depressa.
Aos convertidos que estão lendo esse post, provavelmente já se sentiram incomodados com a pretensa doutrina. Uma vez que eles veem em si uma diferença absurda das pessoas lá fora. Não que estes regenerados não pequem mais. Mas eles odeiam o pecado, lutam contra ele, enfim, porque já experimentaram: E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. (Romanos 12:2).
   Existe uma diferença cabal. Antes de me converter, o evangelho veio até mim por sábios mestres (pacientes também, por aguentar eu e meu irmão brigando em plena escola dominical) da Primeira Igreja Batista de Patrocínio. Eu era um adolescente, e na sala onde a palavra era ministrada a nós, dentre muitas boas coisas que aprendemos, hoje vejo que existia um erro pintado em letras garrafais na parede. Dizia: “Nem os melhores, nem os piores, mas diferentes.” Essa frase pode fazer sentido em alguns contextos. Vou citar alguns. Alguém já te perguntou se você prefere uma série no lugar da outra, e você não soube responder, pois uma é de drama, a outra é de ação? Ou alguém já tentou comparar um atacante a um lateral, e você disse: “Pô, mas são posições diferentes.”? Então, estamos tratando de coisas diferentes, e a resposta da parede da escola dominical poderia responder a estas perguntas. Mas quando se trata de comportamento, de moralidade, de conduta, não estamos mais falando de coisas diferentes. De pessoas diferentes, mas a diferença, quando tratada do mesmo assunto, ou é pra melhor, ou pra pior, pois o objeto é o mesmo, é comum.
   Observe o texto:
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. (Mateus 5:20)
   Os fariseus davam esmolas extravagantes, oravam nas praças, e eram tidos como homens de Deus (alguns acabaram sendo). Eram tidos como justos, e até recebiam títulos por isso. Mas o texto supracitado foi falado por Jesus, no contexto em que ele endossa o Antigo Testamento, e o cumprimento dos mandamentos.
   Caso não tenha ficado claro pra você até agora, se você fosse até Jesus e comentasse sobre essa doutrina que você sabiamente compreendeu nas escrituras, dizendo: “Eu entendi, Mestre. Não sou nem melhor, nem pior que essas pessoas que estão por aí, perdidas sem te conhecer.”, imagino que Jesus gentilmente diria: “Tem certeza de que me conhece?”
   Aquele que conhece Jesus, e é transformado pelo poder do evangelho, se torna uma pessoa boa, melhor, moralmente falando. Não estamos falando de melhor jogador de futebol. Mas como Jesus tratou de mandamentos, estamos falando de moralidade. O pior dentre os cristãos é melhor que o mundo inteiro em caridade.
   Agora é a hora em que você pensa: “Peraí, mas e o tanto de pessoas boas que eu conheço, que nem se quer tem vida com Deus? Alguns até são ateus.”. E é exatamente nessa hora que peço que leia o famoso texto: Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
(1 Coríntios 13:1-3)
. E agora eu quero te falar uma coisa. Amor verdadeiro, altruísta, aquele que quer dar sem receber nada em troca, a não ser, talvez, a satisfação do próximo, do alvo das atitudes, só tem quem é Cristão. Alguns fazem o bem para desencargo de consciência, para diminuir o tempo no purgatório, para reencarnar numa vida melhor, para ir pro céu, mas o cristão convertido é impelido a fazer por amor. Nem sempre isso acontece. Mas acontece com, e somente com o cristão.
  
Considerações finais

   Se você já se converteu e fala essa bobeira, para, cara! Ou você não consegue ver o que o evangelho fez por você? O evangelho te melhorou e ainda vai te melhorar (Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo - Filipenses 1:6).
    Se você viajou ao ler esse texto e pensa: “de fato, eu sou igual aos que estão lá fora, e isso não fez sentido pra mim, mesmo eu estando na igreja e acreditando em Deus”, quero te dizer que não conhece, de fato, Deus. E conhecê-lo é a melhor opção para sentir-se feliz, pois Deus te tornará, a medida que for vivendo com ele, uma pessoa eticamente melhor. Você vai poder dizer por si mesmo: “que absurdo. Sou bem melhor dos que estão lá fora”
  
E a humildade?

   Como observação final, provavelmente você deve ter pensado: “Mas que afirmação mais arrogante, sem humildade.” Mas quero te dizer que isso não é verdade. Nós, cristãos, somos moralmente melhores sim, que os que não vivem em Cristo. Mas somos por méritos de Cristo, pois Ele mesmo age em nós, nos transformando, pelo poder de Deus, em pessoas parecidas com Ele. E Ele, certamente, enquanto homem, foi o melhor que já existiu.

Soli Deo Gloria