quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O mesmo Jesus?


   Existe uma dúvida costumeira e que vem atacando muita gente boa que peca por desconhecer a verdade, e é um pecado que acaba até mesmo sendo prejudicial para o reino, para a Igreja. Estou falando daquela situação em que julgamos que a pessoa é sim um crente em Jesus, mesmo sendo de uma seita. “O importante é crer em Deus.” “Jesus é o mesmo aqui e lá.” São exemplos de dizeres a respeito desse assunto. Mas será?
   Para ilustrar melhor o que quero dizer, vamos imaginar a seguinte cena: Você, num dia qualquer, resolve dar uma volta no shopping, pra por seus pensamentos em dia, conferir novos livros, comer alguma besteira (boa), enfim. Daí resolve passar na loja que um camarada seu trabalha. Então, lá, encontra-se com ele, que já estava a conversar com uma cidadã. Você entra na conversa e vê que a garota é tão simpática que mesmo seu amigo saindo o papo continua. E vocês conversam por horas, sobre muita coisa. Você então volta pra casa. Encontra-se com outro amigo seu, no outro dia, e conta pra ele da garota que você conheceu no dia anterior, no shopping, na loja. Você fala do que conversaram e como ela é, e que ela te disse que sempre vai lá naquele horário. Seu amigo, querendo conferir se essa tal é mesmo tudo que você asseverou, resolve ir ao shopping, no horário referendado. E então vê a descrição física da menina, toma coragem e resolve puxar papo. Acontece que depois de muita conversa esse amigo fica convencido de que essa garota é realmente tudo aquilo que você falou. Ele saí de lá e vai ao seu encontro. Então ele te diz o que fez e então vocês começam a conversar sobre a garota. A conversa ressalta muito bem quantas qualidades incríveis os dois viram na menina, até que algo dá errado. Você comenta sobre o como ela gosta de tocar bateria. Seu amigo, de prontidão, corrige dizendo “Guitarra.” E você corrige também “Não, bateria, ela até disse que não entende nada de guitarra, ela ficava fazendo aqueles gestos de baterista, como se estivesse com uma baqueta imaginária, tocando uma bateria no ar.” Já seu amigo reafirma “Cara, eu toco guitarra, e eu e ela comentamos de várias músicas difíceis de tocar, de acordes complicados, ela me mostrou alguns macetes. Tenho certeza de que ela toca guitarra.” Com todo esse embaraço, você e seu amigo começam a ponderar algumas hipóteses. Será que a menina é mentirosa? Será que ela é multitalentosa? Enfim, mas pra você ela disse que não entende nada de guitarra, e seu amigo tem certeza de que ela entende. Será que seu amigo é mentiroso? Então vocês resolvem investigar. Vão ao shopping para conversar com o amigo que trabalha na loja onde a garota misteriosa vai. E pra surpresa sua e de seu amigo, vocês encontram não só a tal garota, como... duas dela. Ah! Agora explicado. São gêmeas. Parecidas. Problema solucionado.
   Então, mas o que tem a ver essa história com o problema levantado no início? Bem simples. Uma vez que as características semelhantes das garotas estavam sendo comentadas, sem que você e seu amigo soubessem que eram duas pessoas diferentes, vocês tinham a impressão de que era a mesma garota. Mas quando uma pequena diferença foi levantada, você se deu conta de que se tratava de pessoas distintas.
   Ainda não percebeu onde quero chegar? Apesar de “jesuses” serem apresentado aos montes por aí, e de serem muito parecidos com o verdadeiro, algumas características o diferencia dos demais. E só um Jesus pode salvar.  Então, nem todo lugar que fala de Jesus, de fato conhece o Cristo redentor. É importante conhecer bastante do Jesus bíblico para saber diferenciar qual é o Cristo. E ele é a Palavra encarnada, o Verbo Vivo. Alguns elementos são primordiais para que não se confunda nosso Senhor com cópias defeituosas dele.
   Vale ressaltar que nem sempre se percebe facilmente a diferença entre o Jesus verdadeiro e o falso. Assim como na estória você e seu amigo investigaram, às vezes vai ser preciso um árduo trabalho de pesquisa. Muita gente acaba de boa-fé (de boa intenção) conhecendo um Jesus fake, e deposita sua fé numa mentira, num deus que não pode salvar. Então, fique claro que outro Jesus não é Cristo Jesus, nosso Senhor e Salvador.
Somente a Ele Glória.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Tantas denominações...


   Uma música bem conhecida do Fruto Sagrado com o PG (O Novo Mandamento) começa com a seguinte letra: “Não entendo porque de tanta denominação”. E este presente post vai explicar pra vocês que não entenderam um (talvez o principal) motivo de “tanto nome de igreja”.
   Para entendermos esse motivo, devemos entender o que vamos chamar de Doutrinas Inegociáveis da Fé, e de Doutrinas Negociáveis. Talvez os termos não sejam os mais precisos, mas não quero quebrar a cabeça com nomes, contando que vocês entendam o significado do que vem a ser cada um.
   Por Doutrinas Inegociáveis da Fé (DIF) entendemos como aquelas doutrinas que são essências, que se retiradas comprometem totalmente a fé. Lembrando um pouco Aristóteles e sua explicação sobre elementos essenciais do ente e elementos acidentais, temos como elementos essenciais aqueles que se retirados desconfiguram o ser. Como exemplo, temos o triângulo, e um dos elementos essenciais é que ele tem três lados. Se retirarmos essa característica dele, ele não será mais um triângulo. Com as DIF acontece a mesma coisa. Se retiradas as doutrinas essenciais, não falamos mais em cristianismo, mas em qualquer outra coisa, e bem sabemos que “qualquer outra coisa” não é uma fé salvadora. Como exemplos de uma fé salvadora, viva, temos como elementos essenciais a encarnação de Jesus, a deidade de Cristo (totalmente homem, totalmente Deus) na encarnação, a ressurreição de Jesus, a triunidade de Deus, a onipotência de Deus, a revelação de Deus nas escrituras, entre outros. O que quero que percebam é que se retirarmos alguns desses elementos, não temos mais Cristianismo.
   Por outro lado, temos as Doutrinas Negociáveis (DN). Por negociáveis não entendam como mercancia de doutrina! Nem que não exista uma verdade sobre elas. Mas que se posicionar de forma equivocada sobre elas não desconfigura o Cristianismo. Para facilitar a compreensão, vamos voltar a Aristóteles. Já falamos dos elementos essenciais. Vamos agora aos elementos acidentais do ente. Um triângulo, desde que tenha três lados, a soma dos ângulos internos seja 180º, pode ainda sim ser diferente de outro triângulo quanto a cor das linhas, ao tamanho dos lados, se é isósceles etc. Enfim, essas características que não desfiguram o ente, mas diferencia o ente de outro com as mesmas características essenciais,  são os elementos acidentais. No cristianismo encontramos muitos desses elementos em particulares entendimentos, mas que não comprometem a fé da pessoa. Como exemplo tem o batismo. Alguns acham que é por aspersão, outros por imersão. Entretanto, essa convicção não compromete que os dois concordam com o sacramento e seu significado.
   Respondendo à dúvida levantada pela música temos uma explicação racional. Acontece que a divergência nos elementos acidentais acaba por gerar essa “divisão” de entendimento. E essa divisão acaba por gerar grupos que querem sinceramente servir ao Senhor, cada um segundo seu entendimento. Daí um possível e razoável motivo pra muitas denominações.
   É preciso, entretanto, fazer algumas ressalvas quanto a essa conclusão. I) nem toda “denominação” é de fato uma denominação, por falharem em pontos essenciais. Esse entendimento facilita muito compreender o que é uma seita. É uma pretensa denominação que falha nas DIF, e, portanto não pertence ao corpo de Cristo. II) a divisão deve ser apenas quanto ao modo de servir, não podendo criar divisão no corpo, a ponto de um Batista não considerar um Presbiteriano um irmão. Devem se considerar, mutuamente, como irmãos em Cristo. III) as DN ainda sim são doutrinas bíblicas, e por isso merecem atenção, debates e busca pela verdade.  O que não pode acontecer é deixar essas divergências doutrinárias gerarem brigas, inimizades. IV) e talvez mais importante, é que essa divisão deve desaparecer cada vez mais nos corações dos irmãos que compreendem verdades sobre as DN. Devem ser minimizadas. Cabe a todos nós lutarmos pela unidade no corpo, e estudar, debater e difundir a verdade sobre tais doutrinas negociáveis é dever de todos nós que amamos o Senhor e seu reino.