segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Algumas evidências históricas da existência de Jesus.

Cláudio dos Anjos

A ARQUEOLOGIA (apenas alguns exemplos): O pátio onde JESUS foi julgado por Pilatos, chamado o Pavimento (João 19:13), foi descoberto apenas recentemente, pois, o local ficou soterrado quando da reconstrução de Jerusalém na época do Imperador Adriano. O poço (tanque) de Betesda(João 5:2) localiza-se na zona nordeste da cidade velha (em Jerusalém), foi descoberto em 1888.
CORNÉLIO TÁCITO (nascido em 52-24 a.C.): Historiador romano, governador da Ásia (112 A.D.). Ao escrever sobre o governo de Nero, afirmou que “Christus, o que deu origem ao nome cristão, foi condenado à morte por Pôncio Pilatos, durante o reinado de Tibério; mas, reprimida por algum tempo, a superstição perniciosa irrompeu novamente, não apenas em toda a judéia, onde o problema teve início, mas também em toda a cidade de Roma” (Anais XV.44).
LUCIANO DE SAMOSATA: Escritor satírico do Séc. II. Se referiu aos cristãos relacionando-os às sinagogas da Palestina e ao referir-se a Cristo, afirmou:“...o homem que foi crucificado na Palestina porque introduziu uma nova seita no mundo...Além disso, o primeiro legislador dos cristãos os persuadiu de que todos eles seriam irmãos uns dos outros, após terem finalmente cometido o pecado de negar os deuses gregos, adorar o sofista crucificado e viver de acordo com as leis que ele deixou” (O Peregrino Passageiro). Samosata também menciona os cristãos em sua obra “Alexandre, o Falso Profeta”, seções 25 e 29.
SUETÔNIO (120 A.D.): Historiador judeu, oficial da corte do Imperador Adriano. Afirmou: “Como os judeus, por instigação de Chrestus (uma outra forma de escrever Christus), estivessem constantemente provocando distúrbios, ele os expulsou de Roma” (Vida de Cláudio, 25.4). E também que “Nero infligiu castigo aos cristãos, um grupo de pessoas dadas a uma superstição nova e maléfica” (Vida dos Césares, 26.2).
PLÍNIO SEGUNDO, PLÍNIO O JOVEM: Foi governador da Bitínia (Ásia Menor, 112 A.D.) e escreveu ao imperador Trajano no intuito de obter orientações de como tratar os cristãos. Ele disse, sobre os cristãos, que “os fez amaldiçoarem a Cristo, o que não se consegue obrigar um cristão verdadeiro a fazer”.  Mais a frente, ele menciona os cristãos que estavam sendo julgados: “Eles afirmavam, no entanto, que sua única culpa, seu único erro, era terem o costume de se reunirem antes do amanhecer num certo dia determinado, quando então cantavam responsivamente os versos de um hino a Cristo, tratando-o como Deus, e prometiam solenemente uns aos outros a não cometerem maldade alguma, não defraudarem, não roubarem, não adulterarem, nunca mentirem, e a não negar a fé quanto fossem instados a fazê-lo” (Epístolas X.96).
TALO, O HISTORIADOR SAMARITANO: É um dos primeiros não judeus a mencionar Cristo (52 A.D.), mas seus escritos se perderam, sendo que temos apenas citações dele oriundas de outros escritores, como Júlio Africano (220 A.D.), cristão: “Talo, no terceiro dos livros que escreveu sobre a história, explica essa escuridão como um eclipse do sol – o que me parece ilógico”. Para esta afirmação e a seguinte, abaixo, vejam Mateus 27:45; Marcos 15:33; Lucas 3:1; 23:44.
 FLÊGÃO, UM HISTORIADOR DO PRIMEIRO SÉCULO: Suas “Crônicas” também se perderam, mas um trecho desta obra, também mencionado por Júlio Africano, afirma que “durante o tempo de Tibério César, ocorreu um eclipse do sol durante a lua cheia” (7/IIB, seção 256, fl6, p. 1165).
OS TALMUDES JUDEUS: “...e penduraram-no na véspera da Páscoa”. Os títulos “Ben Pandera” (o Ben Pantere) e Jeshu Ben Pandera” dados a Jesus podem ser um jogo de palavras com a expressão grega “panthenos”, ou seja, “nascido de uma virgem”, chamando-O, então, de “filho de uma virgem”. Há comentários na Baraila sobre Jesus como sendo Yeshu (de Nazaré) e que já havia uma ameaça que Ele poderia ser apedrejado por ter praticado magia e desviado Israel (Talmude Babilônico, Sanhedrim 43a).
A ENCICLOPÉDIA BRITÂNICA: A Edição de 1974 desta enciclopédia renomada, utilizou 20.000 palavras em sua descrição de Jesus, oriundas de inúmeros relatos não bíblicos sobre Ele, muito mais do que o número de palavras empregadas para outros personagens históricos de outras religiões. Uma das declarações da enciclopédia foi que “esses relatos independentes comprovam que nos tempos antigos até mesmo os adversários do cristianismo jamais duvidaram da historicidade de Jesus...”
FLÁVIO JOSEFO (nascido em 37 A.D.): Conhecido historiador judeu. Em Antiguidades (18.3.3), ele afirmou: “Nessa época havia um homem sábio chamado Jesus. Seu comportamento era bom, e sabe-se que era uma pessoa de virtudes. Muitos dentre os judeus e de outras nações tornaram-se seus discípulos. Pilatos condenou-o à crucificação e à morte. E aqueles que haviam sido seus discípulos não deixaram de segui-lo. Eles relataram que ele lhes havia aparecido três dias depois da crucificação e que ele estava vivo (...) talvez ele fosse o Messias, sobre o qual os profetas relatavam maravilhas” (versão árabe, a mais confiável).

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Jesus um mártir?

   Pesquisei no google mesmo, e encontrei essa definição de mártir: Aquele que preferiu morrer a renunciar à fé, à sua crença. Logo no primeiro ano de faculdade ouço de um colega de sala: "então você é religioso? Eu admiro Jesus, afinal, foi um mártir." Será mesmo?

   Se Jesus é um mártir, significa que a ele foi atribuída a chance de negar sua fé. Isso é redundantemente equivocado. Primeiro pois ele é o autor da fé (Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Hebreus 12:2). Segundo pois a idéia do mártir é mais ou menos assim: "Eu sou tão fiel à minhas convicções, que se precisar morrer por ela, eu morro. Não a nego de maneira alguma. Mas não tenho a intenção de morrer. Quero é viver nessa minha fé." Conseguiu perceber o absurdo de chamar Jesus de mártir? Jesus deciciu vir e morrer, e não que viria, e até mesmo morreria. A morte era o plano desde o início. Plano que ele mesmo, como Deus, planejou. Seu discurso é diferente do discurso do mártir. Pois é exatamente na sua morte que sua causa (redenção de pecadores) se consuma. 

   Uma possível objeção que encontro ao segundo argumento é que Jesus não queria morrer, pois ele orou ao Pai pedindo para afastar o cálice. Ele faz isso 3 vezes em Mateus 26:36-46. Não está mostrando que Jesus claramente não queria morrer, mas que se fosse preciso ele morreria pela sua causa? NÃO! Por dois motivos que me vem a mente nesse momento. Primeiro pois Jesus tinha seu lado humano (a questão da deidade de Cristo, que não vou discorrer nesse momento). Esse fato só mostra o terror do que viria acontecer. E nem falo somente da crucificação em si e humilhação, mas do abandono de Deus, e a punição dos pecados de todos os santificados em Cristo. O peso do terror que Jesus passaria em seguida é apavorante para qualquer ser humano. Jesus não estava fugindo do seu dever, da sua morte. Ele só estava apavorado com a dimensão do sofrimento. Ele queria morrer. Pedro sabia disso muito bem. Em Mateus 16:21, Jesus conta qual era o “plano”. O versículo seguinte mostra Pedro, depois de a alguns momentos atrás ter dado uma grande sacada, cometendo um erro crasso. Jesus o repreende no versículo 23. Como se não bastasse, voltando a Mateus 26, os versículos que se seguem a Jesus pedindo ao pai para afastar dele o cálice (Mateus 26:47-56), Pedro mais uma vez vacila. Jesus estava pra ser preso e Pedro arranca a orelha do oficial, servo do sumo sacerdote. Atente-se para a resposta de Jesus: Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?” Mateus 26:52-53. Por certo, Jesus se não quisesse morrer, ele assim o teria feito. Segundo porque enquanto Deus, Ele mesmo decidiu morrer antes de se tornar humano ("Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Isaías 9:6). Perceba que o texto nos revela Deus se dando a nós como um filho. O texto de Isaías 53 demonstra claramente que o propósito era desde sempre a morte do cordeiro. Então o plano era esse. Nascer como homem,  e preenchendo todos os requisitos, derramar o sangue como se maldito fosse, para satisfação da ira de Deus, retributiva ao pecado. 

   Portanto Jesus não foi um mártir. Nâo que o mártirio não tenha valor. Todos nós devemos estar dispostos a tal, por sabermos de Deus. O mártir tem seu valor, é um nobre. Mas Jesus foi bem mais nobre que qualquer mártir. Ele decidiu, a priori, morrer por mim, e por todo que o conhecer e o amar acima de todas as coisas.

A Ele toda a Glória!.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Universalismo e Aniquilacionismo: Seis e meia dúzia

Por Leonardo Goncalves

Não gosto de falar “grego” quando o assunto é teologia. Detesto ter que usar os jargões teológicos, acessíveis apenas aos iniciados. Me alegro cada vez que consigo pregar sobre expiação, justificação e regeneração sem usar nenhuma dessas palavras.
Acontece que alguns jargões estão entrando na moda, principalmente depois que o John Piper retuitou um texto do Justin Taylor, no qual o maior ícone emergente da atualidade, o pastor Rob Bell, é acusado de ensinar o “Universalismo”. Assim que saiu a propaganda do livro, Mark Driscoll, Joshua Harris e outros pastores estadunidenses excomungaram o Rob Bell no Twitter.
Mas afinal, o que é esse tal universalismo, e porque ele é tão perigoso?
Universalismo é a crença que afirma que todas as pessoas serão salvas por Deus. Em sua versão filosófica, ele apela para as emoções humanas e insinua que um Deus bom jamais enviaria as pessoas para o inferno. Já a versão teológica está fundamentada na má interpretação de alguns textos bíblicos.
O que está implícito no Universalismo, e essa é a principal razão porque os cristãos devem fugir dessa heresia, é que ela anula o sacrifício de Cristo na cruz. Ora, se o homem será salvo sem os méritos da cruz, por que razão Deus enviou seu filho para morrer por nós? Além disso, a doutrina universalista nega a justiça de Deus revelada no juízo eterno. Neste caso, está implícita a doutrina herética de que todo homem “merece” a salvação, e que ninguém merece o inferno. Na contramão desta afirmação estão textos como Romanos 3.23, 6.23, Ec 7.20, Rm 3.10-20, que afirmam que todos os homens são pecadores carentes da misericórdia divina.
E o aniquilacionismo? Aniquilacionismo é a crença de que Deus não enviará ninguém ao inferno, mas destruirá os homens ímpios no dia do juízo. Eles serão, segundo essa doutrina, literalmente aniquilados. A natureza desse aniquilamento é algo que eles não conseguem explicar, mas na prática é algo como ser “desintegrado”, mais ou menos como acontece nos desenhos animados e nos filmes futuristas. Esta doutrina geralmente é defendida pelas seitas “Testemunhas de Jeová” e “Adventista do Sétimo Dia”.
Mas, quais são as implicações da crença aniquilacionista? As mesmas do universalismo! Tal como o universalista, o aniquilacionista não consegue imaginar Deus enviando as pessoas para um inferno literal. Eles também se igualam aos universalistas ao negarem a justiça de um castigo eterno. Enxergam o inferno como uma sentença injusta. Esquecem-se que aqueles que pecaram contra um Deus absoluto são dignos de um castigo absoluto. Ignoram que os que pecam contra um Deus eterno só podem ser penalizados com um castigo eterno. Como disse o Mark Driscoll: “Merecemos o inferno. Tudo mais é um presente”.
Por esta razão, insisto em dizer que tanto a crença na aniquilação como a crença na salvação universal são ultrajantes. Ambas minimizam o sacrifício de Cristo na cruz, e ambas relativizam a justiça de Deus no julgamento do pecador. As duas furtam a glória de Cristo. São seis e meia dúzia.
[ Púlpito Cristão ]