terça-feira, 20 de setembro de 2011

Jesus um mártir?

   Pesquisei no google mesmo, e encontrei essa definição de mártir: Aquele que preferiu morrer a renunciar à fé, à sua crença. Logo no primeiro ano de faculdade ouço de um colega de sala: "então você é religioso? Eu admiro Jesus, afinal, foi um mártir." Será mesmo?

   Se Jesus é um mártir, significa que a ele foi atribuída a chance de negar sua fé. Isso é redundantemente equivocado. Primeiro pois ele é o autor da fé (Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Hebreus 12:2). Segundo pois a idéia do mártir é mais ou menos assim: "Eu sou tão fiel à minhas convicções, que se precisar morrer por ela, eu morro. Não a nego de maneira alguma. Mas não tenho a intenção de morrer. Quero é viver nessa minha fé." Conseguiu perceber o absurdo de chamar Jesus de mártir? Jesus deciciu vir e morrer, e não que viria, e até mesmo morreria. A morte era o plano desde o início. Plano que ele mesmo, como Deus, planejou. Seu discurso é diferente do discurso do mártir. Pois é exatamente na sua morte que sua causa (redenção de pecadores) se consuma. 

   Uma possível objeção que encontro ao segundo argumento é que Jesus não queria morrer, pois ele orou ao Pai pedindo para afastar o cálice. Ele faz isso 3 vezes em Mateus 26:36-46. Não está mostrando que Jesus claramente não queria morrer, mas que se fosse preciso ele morreria pela sua causa? NÃO! Por dois motivos que me vem a mente nesse momento. Primeiro pois Jesus tinha seu lado humano (a questão da deidade de Cristo, que não vou discorrer nesse momento). Esse fato só mostra o terror do que viria acontecer. E nem falo somente da crucificação em si e humilhação, mas do abandono de Deus, e a punição dos pecados de todos os santificados em Cristo. O peso do terror que Jesus passaria em seguida é apavorante para qualquer ser humano. Jesus não estava fugindo do seu dever, da sua morte. Ele só estava apavorado com a dimensão do sofrimento. Ele queria morrer. Pedro sabia disso muito bem. Em Mateus 16:21, Jesus conta qual era o “plano”. O versículo seguinte mostra Pedro, depois de a alguns momentos atrás ter dado uma grande sacada, cometendo um erro crasso. Jesus o repreende no versículo 23. Como se não bastasse, voltando a Mateus 26, os versículos que se seguem a Jesus pedindo ao pai para afastar dele o cálice (Mateus 26:47-56), Pedro mais uma vez vacila. Jesus estava pra ser preso e Pedro arranca a orelha do oficial, servo do sumo sacerdote. Atente-se para a resposta de Jesus: Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?” Mateus 26:52-53. Por certo, Jesus se não quisesse morrer, ele assim o teria feito. Segundo porque enquanto Deus, Ele mesmo decidiu morrer antes de se tornar humano ("Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz." Isaías 9:6). Perceba que o texto nos revela Deus se dando a nós como um filho. O texto de Isaías 53 demonstra claramente que o propósito era desde sempre a morte do cordeiro. Então o plano era esse. Nascer como homem,  e preenchendo todos os requisitos, derramar o sangue como se maldito fosse, para satisfação da ira de Deus, retributiva ao pecado. 

   Portanto Jesus não foi um mártir. Nâo que o mártirio não tenha valor. Todos nós devemos estar dispostos a tal, por sabermos de Deus. O mártir tem seu valor, é um nobre. Mas Jesus foi bem mais nobre que qualquer mártir. Ele decidiu, a priori, morrer por mim, e por todo que o conhecer e o amar acima de todas as coisas.

A Ele toda a Glória!.

Nenhum comentário:

Postar um comentário