quinta-feira, 10 de maio de 2012

Regras para um bom debate

   Recentemente tivemos um tema importante debatido entre amigos da igreja em uma programação. Enfim, eu juntei uma parte do livro do Norm Geisler e Frank Turek e acrescentei algumas considerações que julgo serem importantes sobre os debatedores. É importante ter em mente essas regras não só para debates formais, mas para qualquer conversa em que posições diferente são defendidas. 

*Seguem-se algumas lições do Doutor Norm Geisler sobre a verdade:
·“A verdade é descoberta, e não inventada. Ela existe independentemente do conhecimento que uma pessoa tenha dela (a lei da gravidade existia antes de Newton).
·A verdade é transcultural. Se alguma coisa é verdadeira, então ela é verdadeira para todas as pessoas, em todos os lugares, em todas as épocas (2 + 2 = 4 para todo o mundo, em todo lugar, o tempo todo).
·A verdade é imutável, embora as nossas crenças sobre a verdade possam mudar (quando começamos a acreditar que a Terra era redonda, em vez de plana, a verdade sobre a Terra não mudou; o que mudou foi nossa crença sobre a forma da Terra).
·As crenças não podem mudar um fato, não importa com que seriedade elas sejam esposadas (alguém pode sinceramente acreditar que o mundo é plano, mas isso faz apenas a pessoa estar sinceramente errada).
·A verdade não é afetada pela atitude de quem a professa (uma pessoa arrogante não torna falsa a verdade que ela professa. Uma pessoa humilde não faz o erro que ela professa transformar-se em verdade).
·Todas as verdades são verdades absolutas. Até mesmo as verdades que parecem ser relativas são realmente absolutas (e.g., a afirmação "Eu, Frank Tutek, senti calor no dia 20 de novembro de 2003"[1] aparentemente é uma verdade relativa, mas é realmente absoluta para todo o mundo, em todos os lugares, que Frank Turek teve a sensação de calor naquele dia).”¹
*Temos então algumas considerações sobre os debatedores:
         * É preciso que se mantenha o foco no que se quer defender. Para isso, é de suma importância a definição semântica dos termos discutidos, para não acontecer de estarem defendendo a mesma ideia (proposição), com termos diferentes. Em resumo, é importante determinar e delimitar o que se defende.
                   *A delimitação vai dizer o que não se pretende defender, enquando a determinação diz o que se pretende.
         * Antes de partir pra um outro ponto é preciso fechar ponto a ponto. É vetado o famoso “ataque em bando”. Ataque em bando é a situação em que um dos debatedores apontam mais de um ponto suscetíveis de discussão em um só argumento. Esse tipo de argumentação parece ter finalidade de vencer por exaustão o adversário.
         *Deve-se levar em consideração que não responder um ponto não implica necessariamente em descrédito de todos os outros argumentos do outro debatedor, a não ser que esse ponto seja crucial para toda a argumentação. (Ex: não é possível continuar um debate sobre o que é moral e o que não é, se um dos debatedores não consegue provar a existência da moral).
         *Deve-se levar em consideração a possível dialética. Isso é, se A se posiciona com argumentos X e B se posiciona com argumentos Y, talvez pode-se aproveitar tanto de X quanto de Y, tendo um resultado Z, que elimina os pontos fracos dos argumentos de A e B, e conciliam os pontos aproveitáveis. Essa situação é bem difícil de acontecer, e exige sinceridade e sabedoria dos debatedores.
Enfim, irmãos, espero que o debate seja extremamente proveitoso pra todos. Leiam essas regras mais de uma vez, se preciso. Serão importante não só pra esse debate, mas pra vida toda. 

Lembrem-se de que nós, cristãos, não precisamos temer entrar em nenhum debate. A verdade sempre venceu, e esteve ao nosso lado. Então você só vai perder se estiver mal preparado. E nenhuma verdade é anti-bíblica. Pelo contrário. Se uma verdade filosófica está em desacordo com a bíblia, então ou é uma mentira, ou sua interpretação bíblica está errada. Temos visto isso na história da igreja. Portanto, por Cristo e seu reino, dediquem-se em guerrear pela Verdade! 

1 – Não tenho fé suficiente para ser ateu, GEISLER, Norman & TUREK, Frank (não sei a página não ehaehaehe, mas está no capítulo 1)

quinta-feira, 8 de março de 2012

Deus castiga?

   Enfim, não vou enrolar. Vou direto ao ponto. Deus castiga ou não? Vejo muita gente falando do assunto sem embasamento bíblico. Tentarei resolver essa problemática aqui nesse post de forma rápida. 
   Primeiro, o que é castigo? Castigo é encarado como uma punição por um ato, como caráter retributivo (você quebrou, você concerta. Se não pode, você paga pelo prejuízo), mas também como algo educativo, quando um pai, e.g., não quer que o filho pague o estrago, mas que aprenda que estragar é errado. 
   Se encaramos o castigo com a concepção de caráter retributivo, então estamos corretos em afirmar que Deus não castiga. Pelo menos não os filhos, uma vez que todo castigo pelo estrago feito de nossos erros já foram pagos por Cristo. ("Havendo riscado o escrito de dívida que havia contra nós nas suas ordenanças, o qual nos era contrário, tirou-o [Jesus] do meio de nós, cravando-o na cruz." Colossenses 2:14). 
   Agora se, por outro lado, conseguimos ver o caráter educativo, com função ética do castigo, então estamos de acordo com:  "Porque o Senhor corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?"Hebreus 12:6-7
   Assim, vale lembrar também que Deus não necessariamente castiga todo pecado cometido. Ele tem total legalidade para não punir, uma vez que todo o estrago já foi pago. Tem total legalidade pra não castigar de forma alguma, já que o Crente pode se encontrar profundamente arrependido e educado quanto ao malefício do tal deslize cometido. 
   Nestes termos, podemos concluir que Deus castiga sim. Não para punir, mas para educar, e isso, que fique claro, quando lhe aprouver fazê-lo. Não é regra que ele castigará. Se ele castigar, seus olhos não devem ver um carrasco, mas de um pai amoroso tirando a faca da mão de um bebê.