segunda-feira, 19 de abril de 2010

A carência do homem

Creio eu existir um enorme mal emocional entre muitos cristãos, causado por um desconhecimento tenebroso da palavra de Deus e uma religiosidade infernal. Eu me refiro à carência social do homem.

Quando me converti, por não ter alguém específico para me instruir, acreditei cegamente que eu só precisava de Jesus ( e também, pra não falar em grande parte, por deficiência minha em não confrontar tal dúvida que acabava imperando em mim). Provavelmente aqui causarei certo espanto aos mais religiosos, mas digo que afirmar que eu só preciso de Jesus pode ser perigoso e prejudicial à vida do cristão. Tudo isso por um simples motivo: a má compreensão do que a auto-suficiência de Cristo significa.

Se afirmo que só preciso de Jesus para a salvação estou correto. Se afirmar que somente a mediação de Jesus, sua intervenção direta é meu sustento, também afirmo o certo. Porém se ignoro minhas necessidades como criatura, nego minha natureza e o modo como fui criado.

Quando Deus criou o homem perfeito, o próprio Deus tinha comunhão com o ser humano. Ainda sim viu que havia solidão no homem. Isso porque Deus criou o homem com essa carência. Então não se pode atribuir a carência do homem, a necessidade de satisfazer sua solidão à queda. Deus poderia optar ali por uma solução alternativa para suprir tal necessidade, mas preferiu criar um ser semelhante ao homem. A mulher não foi criada para apenas satisfazer sexualmente as necessidades do homem, mas para comungar com este. Agora, deixo bem claro, quero registrar minha opinião. Eu penso que quando Deus criou a mulher pra solucionar a solidão do homem, ele já crivava a comunhão não só de homem e mulher, pois o Deus onipotente já sabia da vida social que o homem levaria. Assim Deus já valoriza amizades ali também.

Deus criou o ser humano como ser social, que precisa satisfazer a necessidade de viver em sociedade. Em raros casos, como em naufrágios, o homem se vê sem saída para satisfazer sua “tal necessidade”. Acredito eu que nesse caso Deus intervenha (ou não, dependendo do propósito dEle) na vida do cristão, sustentando-o até a sua “reintegração social”. Nos demais casos, negar essa necessidade social é fugir da própria sombra em um dia de sol.

Isso não significa que nosso anseio deve se repousar sobre o namoro ou as amizades. Muito pelo contrário. A comunhão com Cristo através da oração e meditação/leitura da palavra da verdade é inegociável. Penso que aqui reside o “segredo” de se cultivar qualquer relacionamento posterior (aconselho que o leitor procure um bom livro de praticas devocionais). O que estraga tudo é nosso desejo desenfreado que faz das nossas vontades “senhores” das nossas emoções, nos levando a agir de forma até mesmo irracional e nada integra.

A ênfase que o Senhor dá ao amor ao próximo, a atentar-se para a necessidade alheia, à necessidade de se dar suporte, nada disso seria possível sem a vida em sociedade. Cultivar amizades é saudável e louvável. Porém, aquele vazio no peito, nem o namoro, casamento, amigos, filho, nada preenchera a não ser aquele que “esquadrinha” o coração: O Cristo!

Graças a Deus pelos amigos que tenho, em especial a Amanda Amorim (como prometido XD)

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